sábado, 13 de setembro de 2008

Amor letra por letra


Acabo de ver no Cinéplois Tolsá , que fica bem pertinho da minha nova casa (pois é, me mudei pela quarta vez, só que agora para a rua paralela da minha casa anterior) a comédia romântica Amor letra por letra (Dir: Luis Eduardo Reyes, México / Eua, 2008).

Essa é a sinopse do filme:
"Tras su despido, las amigas Hanna (Silvia Navarro) y Amanda, deciden depositar el dinero de su liquidación a una sola cuenta. Hanna, quien tiene que realizar dicha operación, también se ha quedado al cuidado de Gaspar, el hijo de Amanda; pero, debido una distracción, el dinero es depositado a una cuenta equivocada. El dinero que también estaba destinado para su boda, con un joven (Plutarco Haza) que al parecer no la quiere demasiado, ha terminado en la cuenta de Edgar (Alan Estrada), un aspirante a escritor, quien resulta tener el mismo problema que ella: la infidelidad. Hanna empieza a cazarlo para obtener la devolución de su dinero en una trama que se enreda cada vez más".

O filme tem um tema que é reiterado a cada momento, principalmente do seu inicio ao final da segunda metade: a necesidade dos filhos se independizarem de seus pais. Edgard, um escritor frustrado, é um homem de uns 35 anos que ainda depende financeramente de seus progenitores e tem que aguentar o pai que a toda hora joga isso na sua cara. O namorado infiel de Hanna é um sujeito ainda mais velho que Edgard e também vive sob a guarda dos pais, que não sabem como se livrar dessa cruz. O colega de trabalho de Hanna, outro "jovem adulto", também nem pensa em sair do abrigo aconchegante oferecido pelos seus velhos. A namorada adúltera de Edgard, uma artista plástica moderninha, é mais uma que se adere à lista de filhos "acomodados".

Essa premissa, frágil e mal construida, ora serve de pretexto para ações cômicas (os pais que simulam uma separação para forçar o filho a sair de casa), ora para justificar o andamento da trama (Edgar só resolve retirar o dinheiro que foi posto acidentalmente na sua conta porque ele poderá permitir a sua indepedência). Esse quiprocó, o da busca de Hanna pela recuperação de seu dinheiro, toma conta do filme e é o que vai impulsionar o seu ritmo daqui pra frente. O envolvimento amoroso da protogonista com Edgard é débil e pouco convincente, ainda mais inverossímel é o seu noivado com esse cara feio que a trai com Amanda, a sua melhor amiga.

A maioria dos elementos que parecem não se encaixar, nos parecem indicar que surgiram mais da direção de atores e da pouca depuração conferida aos personagens mais importantes do que da elaboração do roteiro em si, que a pesar de tudo é bastante funcional e competente para o que se propõe. O que de imediato aparenta ser a coisa mais interessante do filme é a quebra irônica do final feliz, que de maneira sutil e não esperada pela condução convencional da narrativa, nos oferece algumas pinceladas matizadas em um filme tão preto ou branco.

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